terça-feira, 28 de agosto de 2012
Capitulo 2 - Samuel, Diana e As Luzes
Chegando em casa, ajudo meu pai ferido a descer do cavalo. Acompanho ele até a cozinha. Caminhando lentamente com a mão sobre o ombro cheio de sangue, Ana que preparava o almoço, ao ver-lo corre desesperada em sua direção:
-O que aconteceu? Você estar sangrando!
-Calma mulher! Um lobo me atacou e nosso filho me salvou.
Minha mãe corre para o quarto deles para pegar alguns curativos e fazer os primeiros socorros no ferimento. Meio tímido olho para meu pai e pergunto:
-Vai ficar tudo bem?
-Sim. Não se preocupe. Sua mãe da um jeito e logo estou pronto pra outra.
-Menos mal, vou levar os cavalos para o estábulo, separar as madeiras e corta-las ao meio.
-Isso! Faça isso pro seu velho pai.
Vou até os cavalos e os levo até o estábulo. Furacão é único que vive solto por aqui. Levo os outros dois e começo a tirar todas as madeiras do cavalo carregador. Coloco comida e troco aguá para todos os animais. Também temos galinhas, porcos e algumas vaquinhas. Pego o machado e começo a cortar as madeiras pela metade, uma a uma. Nesse processo cansativo ouço o furacão relinchando de modo estranho. Vou ver onde ele estar para descobrir o que estar acontecendo. Chegando la, ele estar parado no meio do pasto fazendo movimentos com a cabeça para cima e para baixo constantemente. É como se quisesse dizer algo. De repente os outros cavalos começam a fazer a mesma coisa e assim os porcos, galinhas e vacas também começam a ter um comportamento estranho. Começo a ouvir barulhos de pássaros se aproximando e quando olho para o céu, inúmeros deles de varias espécies voando por toda parte. Nunca tinha visto algo parecido. Todos os animais estão loucos. Volto para casa quando vejo meu pai saindo com o ombro enfaixado:
-O que estar acontecendo?
-Não sei. Todos os animais começaram a ter um comportamento estranho.
-Seja o que for, acho melhor você entrar filho.
Ando em direção a porta e vou para cozinha. Baco ainda fora, olha com um olhar cheio de duvidas para tudo aquilo e em seguida entra novamente para dentro da casa. A tarde chega e depois de ajudar meus pais com os afazeres da casa, vou mais uma vez no pasto. Parece que tudo voltou ao normal. Vou até o furacão e faço um carinho em sua cabeça.
-O que foi amigão?
Subo em cima dele e começo a cavalgar um pouco. Sentir o vento no rosto e a brisa gostosa. É uma sensação boa que me traz paz. Depois de alguns minutos. Deixo o ele sozinho novamente e vou para o quarto estudar um pouco. A noite tenho aula na faculdade. Já estou no segundo ano de advocacia. É um sonho desde de criança e ralei muito para conseguir uma bolsa na melhor faculdade.
A noite vai chegando.
Já estou pronto para ir a cidade. Me despeço dos meus pais, pego um casaco, vou até o furacão e com a mochila cheia de livro nas costas, saímos em disparados pela estrada de terra. A luz da lua e estrelas iluminam o caminho. Em um frio congelante, o campo vai indo embora e dando lugar a cidade. Todo mundo acha muito estranho um rapaz de cavalo pelos asfaltos feito para os carros.
Chegando na faculdade, de longe ouço gritos do Samuel:
-Elidio! Elidio!
Samuel é meu melhor amigo. Tem a mesma idade que eu e basicamente curtimos as mesma coisas, ele é baixinho, um pouco a cima do peso, gosta de roupas sociais, usa óculos de grau e tem uma grande facilidade com as novas tecnologias. Ele não se aproxima porque tem um medo enorme de cavalos. Desço do furacão e amarro sua corda em um pilar. Aqui na cidade é o único lugar que deixo ele preso.
A faculdade toda sempre fica de olho quando chego, afinal um lugar onde quase todos vem com seus próprios carros, um cavalo com certeza chama muita atenção. Vou até Samuel para comprometa-lo:
-Você não quer dar uma volta com o furacão. (risos)
-Muito engraçado! Prefiro a morte!
Dou-lhe um abraço.
-Um dia você terá que perde esse medo homem.
-Até esse dia chegar, mantenha esse animal longe. (risos dos dois)
-Vamos para sala?
-Não vai rolar. O reitor pediu para que todos ficassem aqui para um comunicado.
-O que será que aconteceu?
-Não sei. Vamos aguardar.
Como todos ali, eu também estava curioso para saber sobre o tal comunicado. Resolvo então beber uma aguá antes que o reitor chegue. Me viro rápido e sem querer, trombo em uma pessoa, deixando cair seus livros. Agacho para pegar os livros sem ainda saber quem ser a vitima da minha falta de atenção:
-Perdão! Juro que não te vi.
Lentamente levanto com os livros e vejo em minha frente Diana. É! Acho que é esse o nome dela. Ela faz parte da minha turma. Raramente nos falamos:
-Tudo bem Cowboy. A culpa foi minha. Eu que não vi você.
-Você se machucou, Diana? É Diana seu nome não é?
-Sim, meu nome é Diana. Me machuquei? Você apenas trombou em mim com o corpo, não com um caminhão. (risos dela) (risos meu do tipo que fiz uma pergunta idiota).
-Toma. Esses livros são seus.
-Obrigada! Tenho que deixa-los na biblioteca antes que o reitor chegue. Até mais cowboy.
-Até...Diana.
Ela passa do meu lado com seus longos cabelos loiros. Olhos cor de mel, óculos de grau, rosto com traços delicados e um corpo desenhado pelos deuses.
Tudo isso acontece com o Samuel parado do nosso lado imóvel e em silencio, até ela sair:
-Ela falou com você! Como você tá? Tá com o coração batendo mais forte? Tá ouvindo sinos? Tá com as mãos suando?
-Para de ser idiota Samuel. Tá achando que sou criança. (ainda estou com os olhos fixos na Diana).
-Ainda me lembro quando a mulher que eu amo falou comigo pela primeira vez.
-E que ela disse?
-Samuel?
-E o que você respondeu?
-Presente! (Gargalhadas)
-Você viu como fui idiota? Perguntar se ela se machucou? De onde tirei essa?
-É! Você foi um idiota mesmo. (Não gostei dele ter concordado tão rápido)
O reitor enfim chega para o comunicado. Finalmente todos nós vamos saber o que aconteceu:
-Caros alunos, venho informa-los que hoje não haverá aula.
Todos comemoram como se fosse um gol da seleção. Eu então pergunto:
-Mais porque reitor?
-Meu caro Elidio e demais alunos. Hoje a tarde inexplicavelmente todos os satélites mundiais param de funcionar. Como todos já devem saber, televisão, rádios e Internet, todos fora do ar. Devido isso, todo sistema da escola não estar funcionando e não haverá aula pelo menos hoje.
Samuel então faz uma pergunta:
-Mais como irei sobreviver?
-Você pode estudar em casa enquanto isso. (diz o reitor)
-Mais não estou falando disso. Estou falando da Internet. Estar sendo um sacrifício ficar sem meu amor.
Todos riem daquele que nunca perde a chance de soltar uma piadinha.
-Muito engraçado caro Samuel. Bom alunos, era isso que eu tinha pra comunicar. Estão todos dispensados.
Vejo todos comemorando e então resolvo ir embora já que de todos aqui, sou o único que não pode ter a liberdade de se diverti em uma situação dessa. Vou até Samuel:
-Vou aproveitar que não tem aula e vou embora cedo hoje.
-Fica mais um pouco e vamos curti a noite.
-Não posso, meu pai foi atacado por um lobo e amanha terei que buscar lenha sozinho.
-Um lobo de verdade, que legal. Quer dizer, que chato pelo seu pai. Como ele estar?
-Estar bem. Matei o lobo a tempo.
Me despeço com um abraço e vou indo até que ele pergunta:
-Posso ir com você?
-Pra onde?
-Buscar lenha com você amanha?
-Mais você tem medo de cavalo.
-Mais quem disse que vou de cavalo? (olhar misterioso)
-Tudo bem, se quer ir ,vai. Esteja la 5 horas!
-Da manhã?
-Não, da noite! É lógico que da manhã.
-Nossa! (rosto de espanto). Tudo bem, estarei la.
- Beleza. Estou indo.
Vou até o furacão. Desamarro ele do pilar. Subo em cima e quando vou dar o comando para irmos, Diana para o carro na nossa frente:
-Tchau cowboy.
Com a mão faço o sinal, enquanto ela sai com seu possante. Saio disparado rumo a minha casa.
Chegando em casa, meus pais estão na varanda sentados conversando. Comunico que não houve aula e que irei dormi. Antes, passo na cozinha, pego um copo de leite, olho pela janela enquanto bebo. Os pensamentos estão longes. Até que falo bem baixinho com um sorriso no rosto.
-Cowboy!
Vou até meu quarto. Deito na cama e em meia hora pego no sono.
4 horas da manhã, todos os animais e humanos que ainda se encontravam acordados caem sonolentos. As nuvens no céu começam a girar em vários círculos. Os mares ficam agitados. A natureza no mundo inteiro se comporta de um modo estranho. Luzes brancas saem dos círculos de nuvens em diferentes direções a terra, e uma vai em direção a casa de Elidio. Ele começa a flutuar sobre a cama e essa luz fica mais intensa. Suas roupas são rasgadas pela intensidade da luz. Seus olhos ficam brancos, seu corpo começa a girar e então todas as luzes somem e o corpo de Elidio cai inconsciente sobre a cama.
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Quem sou eu

- César
- Quem sou eu?! É dificil disser quem sou eu, afinal as pessoas que vivem perto de mim sabem muito bem quem sou eu! Mais adiantar que sou daqueles caras que a imaginação vai longe e junto com ela a criatividade. Não sou de fazer as coisas pra mim, gosto de fazer coisas que me agrade e também agrade os outros. Então se você pensou em perguntar porque crei o blog, acredito que esteja respondido.
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